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14 de jun. de 2020

Resenha: Uma escola de charme - Susan Wiggs #RomancedeBancaForever

Autora: Susan Wiggs 
Páginas: 379
Ano: 2019
Editora: Nova Cultural
Gênero: Romance de Época
Nota: 5 + ❤
Sinopse:
1851
Ela nunca aprendera tanto em toda sua vida...
Isadora Peabody é uma espécie de patinho feio em meio à sua família bonita e perfeita. Rejeitada por aqueles a quem anseia ter como amigos, entrega seu coração a um homem que nem sequer sabe que ela existe. Não tendo nada a perder, ela agarra a chance de viajar para um mundo novo e maravilhoso em busca de um sonho.
Numa sociedade em que os homens são julgados pelo nome e posição de sua família, Ryan Calhoun é considerado um inconsequente por ter se afastado da dele. Movido por sua determinação em corrigir um antigo erro, o impetuoso e temperamental capitão do mar não tem tempo de olhar para a jovem tímida que sobe a bordo de seu navio.
O que Isadora descobre na viagem é mais aventura do que poderia ter imaginado. A tripulação de marujos rudes torna-se sua escola particular, ensinando-a ser uma dama. E dá-lhe a confiança para acreditar num surpreendente novo amor.


Esse foi um dos melhores romances de época que li, pena que nenhuma editora publicou ele novamente, deveria ser lido por todos que amam romance de época. Pensa em uma história tocante, sensível, que vai muito além do romance e nos faz sentir um turbilhão de emoções. Deveria ser lido por todos que amam romance de época
Isabella Peabody é um legítimo patinho feio, nascida em uma família de beldades loiras de olhos azuis, ela saiu a diferentona, e a sociedade é sempre cruel com o diferente, né. Ela sempre se sentiu muito deslocada nas festas e recepções, era um verdadeiro suplício ser alvo de tantas línguas maldosas e dos olhares de reprovação.
Obviamente ser o alvo de chacotas acaba comprometendo sua autoestima e confiança em si mesma, estava cansada dessa vida, mas não tinha forças o suficiente para se impor e aventurar.
“Era uma crueldade calculada, implacável, dirigida aos mais vulneráveis. A Srta. Isadora não tinha defesas contra a esperteza ferina dos que a cercavam. Tímida socialmente, ainda assim dotada de um extraordinário intelecto, era considerada como uma aberração. Diferente e, portanto, alguém em quem não se podia confiar.”
Até que surge certo capitão de navio, jovem sulista, que a enxerga muito mais a fundo do que ela própria o fez.  Ryan Calhoum é o típico bom libertino, aquele tipo de mocinho que gosta de se divertir com a mulherada, mas deixa bem claro para todas que é só diversão sem compromisso, mas ainda assim é muito honrado, ou seja, um devasso charmoso. 
Ele já tem os próprios problemas para cuidar, que não são poucos, não queria ser o responsável por abrir os olhos de Isadora para o mundo. Mas por ironia do destino os caminhos eles teimam em se cruzar. O navio do qual Ryan é capitão está partindo em expedição para o Brasil, e ele está sem interprete de português, coincidentemente Isadora é poliglota e decide persuadi-lo em empregá-la nessa jornada, não foi fácil, mas ela o vence com a astúcia.
 Nessa viagem Isadora se liberta das amarras da sociedade e de uma vida de aparências, aprende a ser ela mesma e se impor, seu jeito meigo e inocente acaba conquistando todos no navio, inclusive o belo capitão. É notável essa mudança nela, que começa o livro de uma forma e termina de outra muito melhor e mais confiante.
“Em alto-mar, desfrutara um peculiar senso de liberdade. Os homens do Cisne não a julgavam por sua aparência, ou pelo jeito como se vestia. Dia-a-dia, passara a assumir mais e mais o seu papel... amiga, professora, ajudante, ouvinte e aprendiz. Num dia esquecera-se de colocar uma certa quantidade de anáguas, no outro deixara de vesti-las de propósito. Quando, enfim, avistou as colinas verdejantes da Virgı́nia, já havia passado a usar sua saia e blusa mais simples. Com mais frequência do que nunca, permanecia descalça e com os cabelos descobertos enquanto cuidava de seus afazeres.”
O romance não é do tipo "te vi logo te amei", demora muito para que eles se percebam sentindo algo um pelo outro, a paixão e o amor surgem gradativamente para ambos e é lindo se ver.
Esse livro também fala bastante sobre escravidão, como Ryan era do Sul ( Virgínia) cresceu em uma fazenda de algodão, sustentada com não de obra escrava, seu melhor amigo era negro e foi escravo, também é o motivo de ele estar trabalhando como capitão. As filhas e esposa de Journey, ainda permaneciam cativas. Ele e Journey estavam trabalhando muito para juntar o dinheiro da liberdade das três, é uma dúvida de honra de Ryan, por isso ele não podia se envolver com Isadora.
“Nunca ocorrera a sua mãe que houvesse algum problema no fato de ambos os meninos terem dividido a mesma cama, mas apenas um ter crescido com o direito de ser livre. Ryan não soubera da verdade na época, mas a compreendia agora. Ela considerava os escravos sua famı́lia. Simplesmente não soubera que eles talvez quisessem a liberdade de poder escolher.”
Esse é o tipo de livro perfeito, sem defeitos ( para mim) porque prende a atenção do começo ao fim, tem muita aventura, crescimento e amadurecimento dos personagens, tem romance fofo, sensualidade e muita diversão, ou seja, tudo de bom em um R É. O final me deixou com o coração na mão e ao mesmo tempo me confortou.
Só leia!
Minha quote favorita, chega me arrepiou: 
“Ele sorriu para sua imagem no espelho, lembrando-se do dia em que atravessara a divisa de Mason Dixon e dera a liberdade a Journey. Ele segurara a carta de alforria junto ao peito, emocionado, incapaz de falar enquanto as lágrimas haviam rolado por sua face.”



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