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29 de abr. de 2021

Resenha: Além dos sentidos - Ana Carolina Kerlaquian


Autora: Ana Carolina Kerlaquian
Páginas: 184
Ano: 2020
Editora: Independente na Amazon
Gênero: Romance de época
Nota: 4
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Sinopse

Nina Travis vive com o pai em Cape Cod, um lugar tranquilo e nostálgico. Sonhos estranhos a acometem, pesadelos reais que lhe são incompreensíveis e doloridos. Ela nasceu com um dom precógnito, vindo através de gerações, mas para ela, seu poder de enxergar o futuro das pessoas é um carma ruim em sua vida, uma maldição que não escolhera ter. Enquanto ela luta contra seus demônios, tenta lidar com as coisas estranhas e sobrenaturais que a rodeiam. E, no momento em que conhece Liam Carter – um lindo rapaz vindo de outra cidade –, as peças do quebra-cabeça começam a se encaixar.

Você acredita em vidas passadas?

Existem coisas que acontecem conosco ao longo da vida que não conseguimos entender e explicar, pessoas que acabamos de conhecer e que temos uma conexão tão grande que é como se conhecêssemos da vida toda, o mesmo ocorre com alguns lugares que visitamos pela primeira vez. E os sonhos? Quem nunca sonhou com situações tão reais, rostos de pessoas que nunca viu?

Isso estava acontecendo com a personagem dessa história, Nina Travis, que desde a infância tem sonhos recorrentes e muito reais na pele de uma garota (Mary) que viveu em 1665, que por se permitir viver um amor proibido e por ser diferente das outras pessoas acabou sofrendo um destino muito cruel.

 Tudo se ligava de uma maneira tão profunda... A fantasia e a realidade, a dor e o amor proibido. Em meus sonhos, eu enxergo pelos olhos de Mary, sinto a sua agonia, a sua ânsia pela liberdade.

Nina também é considerada uma garota estranha, não somente por esses sonhos, mas por ter um dom que, ao mesmo tempo, é uma maldição para ela, ao tocar nas pessoas consegue enxergar seu futuro, isso sempre lhe trouxe muitos transtornos e fazia com que as pessoas a rotulassem de bruxa e a olhasse torto.

As histórias de Mary e Nina se entrelaçam, tinham o mesmo dom incompreendido e criticado, porém Mary teve o azar de nascer em 1665, em Salém, onde o simples fato de uma mulher saber ler, escrever e ter ideias próprias já era considerado algo anti-natural e herético, e quando essa mulher além de tudo isso tinha um dom especial e também ousou se apaixonar por um cara da igreja, isso significava bruxaria! Fogueira na certa!

Nina é ainda uma jovem adulta pensando em ir para a faculdade, filha de pescador que leva uma vida quase solitária devido às complicações que seu som impõe, tem apenas uma única amiga, Laura, que vale por 100, super companheira e compreensiva.

Meus colegas de sala começaram a ter medo de mim e... Eu comecei a me esconder do mundo. Tive que aprender a ser discreta, a engolir tudo que pressentia. Parte de mim ficava presa aos sonhos, tentando decifrar o jogo complexo do protagonista da minha vida: meu cérebro. 

Enquanto está vivendo um caos mental com esses sonhos e começando a descobrir o porquê de tê-los, o destino coloca em sua frente Liam Carter, um homem charmoso com quem ela tem uma conexão imediata e que, ao mesmo tempo em que bagunça ainda mais sua vida, vai de certa forma ajudá-la a compreender melhor esses sonhos.

A parte romântica aqui nessa história é trabalhada de uma maneira leve e pura, foge um pouco dos romances muito sensuais que costumo ler, mas ao mesmo tempo é possível perceber a química não só física, mas também espiritual entre o casal. Desfrutei muito essa leitura.

Esse romance é incrível, não somente pela temática abordada, mas também pelo pano de fundo histórico e as emoções que nos proporciona. A escrita é muito envolvente, gosto muito do estilo requintado de escrever da Ana Carolina, que nos conecta com as personagens e com a ambientação de tal forma que é como eu tivesse assistindo a um filme, consigo visualizar com riqueza de detalhes tudo que é descrito,  sinto como se estivesse dentro da história e na pele da personagem e para mim isso é algo que prezo muito em uma leitura: mergulhar na história e poder viver na pele dos personagens várias aventuras e experimentar coisas diferentes.

Além disso, preciso dizer que esse livro me tirou de uma ressaca literária e existencial bem brava, uma das mais severas que vivi. Digamos que me devolveu não somente o gosto pela leitura, mas também a minha inspiração de escrever sobre o que leio, vou falar melhor disso em um próximo post.

Quando alguém experimenta viver em outros corpos e em outras épocas, ou quando assiste a suas muitas mortes e renascimentos, o que se fixa em sua percepção de vida é a compreensão sólida e convicta de que somos almas eternas e não corpos individuais. Somos imortais. Nunca morremos. De fato, apenas nos movemos para outros níveis de consciência. E, já que nossos entes amados também são imortais, nunca nos separamos deles, na verdade. Essa constatação sobre nossa essência espiritual tem um extraordinário poder de cura. 

— Brian Weiss 


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